Texto Reflexivo Educar com amor, porém não sem luta!

Texto Reflexivo Educar com amor, porém não sem luta!


O termo educacional mais relevante que quero considerar hoje
é a palavra AMOR ( não o amor paternal, mas o amor incondicional que
deve permear o fazer pedagógico, o amor que salta aos olhos do professor
que realmente se importa com o que faz e com o peso que tem sua palavra
na formação do educando ), pois em meio ao caos que se instala esse é o
único combustível que nos mantem na luta .

Amar a profissão é
demonstrar paixão pelo que faz despertando a empatia do educando através
do fazer e não do amor excludente. O que é o amor excludente? 

É aquele
em que você acaba amando determinado grupo de alunos e não outro, em que
você ama o mais comportado, o mais levado, o mais atencioso, o mais
carinhoso, o mais excepcional etc, .O amor que te faz , no momento do
planejamento pensar de forma emotiva e cuidar de aplicar a aula do modo
em que determinado aluno aprenda esquecendo -se dos demais “menos
amados” ou “não amados de forma tão intensa”. 

 A única maneira de amar a
todos é amando o fazer pedagógico, e é desse modo que todos são
verdadeiramente amados e isso sim é profissionalismo. É através desse
fazer pedagógico amoroso, apaixonado e cativante que o professor começa a
ser admirado pelo educando e o auxiliando no aprendizado. Acredito
mesmo que há aprendizado em potencial onde existe admiração. 

O professor
que verdadeiramente ama seu aluno recebe a admiração dele , o conquista
e assim ensina e aprende com ele em uma troca mútua de conhecimentos ,
pois na realidade ninguém é dono da verdade.

Nós professores, na
perspectiva do modelo de educação atual não somos detentores do saber,
mas mediadores nesse processo de aquisição de conhecimento e autonomia
do educando.

 Não é das profissões mais simples, é das profissões mais
humanas Considero que nossos alunos são seres humanos em formação, são seres humanos que
precisam de auxílio para se tornarem críticos, conscientes de seu papel
social, menos egoistas e mais humanos, por isso não consigo conceber um professor que xinga seus alunos chamando-os demônios como um bom educador, como um verdadeiro profissional , pois demonstra falta de ética profissional, falta de amor à sua prática pedagógica e falta de altruismo.
Uma vez que se acredita que
nós professores conseguimos alcançar certa autonomia ( embora muitos sejam apenas
alienados do sistema trabalhando para firmar ainda mais o domínio dos
políticos sobre a massa popular) deve se acreditar também que possamos
criar meios de apropriação de nossos direitos que são descaradamente
violados pelo governo e isso só se faz com luta; luta essa que requer
uma postura firme, forte e nunca emotiva . Xingar alunos, pais de alunos e colegas de profissão na rede como forma de desabafo demonstra não indignação e sim falta de competência para saber como lutar .Precisamos lutar com as armas que temos de forma ética, profissional e unida.

Conhecemos nossos direitos,
os alunos conhecem os deles o que precisamos é ver nosso aluno como
gente, como ser humano, como carente de mediação de aprendizado em meio a
esse turbilhão de informações trazidas pela mídia e pelas redes sociais
que os ensina apenas o consumismo e o egoismo … Isso é desafio, sei
que não para todos , mas pra quem ainda tem esperança e coragem para
lutar . 

Talvez essa luta emotiva que presenciamos em forma de ataque aos educandos chamando-os capetas, diabos, demônios, mulas se deva a total falta de esperança de uma das classes mais desunidas desse país. 
Mas não esqueçamos que  

“quando lutamos, enquanto desesperançados ou desesperados, a nossa é uma luta suicida, é um corpo-a-corpo puramente vingativo.” Paulo Freire

 Não podemos em hipótese alguma deixar de focar em nossas necessidades em lugar de atacar quem também é prejudicado pelo sistema, pois caso não estejamos lembrando é coisa muito simples se tornar professor nesse país. Qualquer um pode ser professor, em alguns municípios após realização de uma prova o aluno aprovado é chamado e sem passar por nenhum teste de nenhum tipo adentra a sala de aula e fica na educação por 25 anos esperando a aposentadoria e empurrando com a barriga, assassinando aluno. Pois não tem amor ao fazer pedagógico, pouco ou nada faz , pelo contrário, impede que uma minoria que luta por melhores condições consiga alçar a voz e conseguir melhores condições de emprego e salário digno.
O caos na educação está instalado. E por qual motivo estamos nessa situação caótica?
Respondo caríssimos colegas.

1º Não temos um órgão nacional sem vínculo governamental que
regulamente a profissão de professor ( não de pedagogo apenas, mas professor), por conta disso dependemos de leis criadas por
políticos e rejeitadas por políticos.

2º Temos o apoio dos sindicatos que
em boa parte do pais está ligado ao governo ( raros poucas exceções) …

 3º Temos em nosso meio os apadrinhados políticos que sequer fizeram um
cursinho básico de magistério e estão como gestores em espaços de
atuação de pessoas capacitadas para tal, enquanto verdadeiros profissionais preparados para desempenhar a função estão jogados em salas super lotadas com 50 e até 60 alunos.

 4º Somos a classe mais desunida
do pais, uma vez que cada estado luta sozinho se é que se pode chamar de
luta esse suicídio profissional .

Estou revoltada com atitudes de
determinados docentes que jogam nosso nome na lama se mostrando péssimos
profissionais . Para esses nunca haverá mudança satisfatória , sempre
terão uma muleta pra se apoiar e de certo modo justificar o
injustificável que é ir pra uma rede de porte mundial xingar seus
alunos. Enquanto, repito não tivermos um órgão que regulamente a
profissão e enquanto nós educadores não formos responsáveis por criar as
leis de apoio a nossa profissão e enquanto não tivermos meio de fazer
uma triagem para que verdadeiros profissionais estejam mediando o aprendizado do educando em busca de sua autonomia, nada vai mudar .Continuaremos nessa situação catastrófica . 

Acreditamos piamente que:

” A luta dos professores  em defesa de seus   direitos e de sua
dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática
docente, enquanto prática ética.
Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que dela faz parte.” Paulo Freire

Se você é professor e se recusa a lutar, então nunca aprendeu a amar sua classe.
Educar
com amor é lutar por um direito seu , mas de forma coletiva,  unida e
perceber que a aquisição de melhores condições de emprego influenciará
diretamente na qualidade da aula que terá seu aluno. 

Fazer
conchavos políticos em benefício próprio não é atitude de educador , é
atitude de mercenário. 

Barganhar para que determinado prefeito lhe
conceda uns vinténs a mais enquanto toda uma classe sofre e os alunos
perdem o prazer por estar inserido no espaço escolar é atitude de pessoa
egoista e alienada não de verdadeiro educador.

Eu amo minha profissão ,
amo meus colegas, amo os estudantes brasileiros, padeço como mãe de
aluno da mesma dor de muitas que um dia tiveram que confiar seus filhos a
profissionais medícores que nem lutam, nem amam o que fazem, que estão
apenas colocadas em um espaço que poderia ser ocupado por quem realmente
se importa com o aluno, com a profissão e é esclarecido o suficiente
para compreender que sozinho não se ganha nenhuma batalha, quanto mais a
guerra.
Minha angústia é que  enquanto eu e você queremos lutar uma turma
de alienados baixa a cabeça para o governo e ainda posso ver professores
auxiliares em sala de aula recebendo 200 reais por mês, ainda vejo o
sindicato da minha cidade em acordo com meia dúzia de professores
ignorando uma paralisação nacional e ainda vou viver muito pra continuar
indignada com a certeza que não existe união em nosso meio, mas existe
esperança e é por isso que ainda lutamos. 

 Gi Barbosa Carvalho.

 
Se você deseja lutar junto e tem um perfil no Facebook clique AQUI, COMPARTILHE e nos ajude a espalhar esta reivindicação que é:

Nº de alunos por turma:
Educação Infantil :15 alunos
Ensino Fundamental: 20 alunos
Escola não é depósito de crianças

Respeitem minha profissão 
E isso não é apenas sonho …
É luta! 

Ter livro didático era sonho, computadores na escola era sonho,
merenda era sonho. Hoje é realidade e conservo viva a esperança de
que o número reduzido de alunos por turma será uma realidade doce dentro em breve!