Relato de Experiência de Coordenação

ESTAR coordenador- Relato de Experiência de Coordenação

 Por Soraia Ruiz
Colegas, gostaria de dividir com vocês minha história nesta trajetória.
ESTOU Coordenadora Pedagógica em um CEI Conveniado em SP, sim ESTOU, porque SOU
professora como a maioria de vocês e ESTOU ocupando este cargo a 4 anos nesta instituição.
Assim como vocês, é um desafio diário.
São 24 profissionais, cada um com uma personalidade, mas todos unidos por um só objetivo: Fazer a diferença na vida das crianças que lá passam!
Relato de Experiência de Coordenação
Relato de Experiência de Coordenação

 

Atendemos crianças de zero a quatro anos (253 crianças), de famílias diferentes e de
classes sociais diferentes, mas que a nossos olhos, são todas absolutamente iguais, mesmo sendo diferentes.
Bem, vou falar um pouco do que eu faço, não que este seja o modelo perfeito, longe disso, mas que ao longo dos anos, vamos juntos, sim porque somos uma equipe, eu sozinha não faço absolutamente nada, vamos aperfeiçoando.
Lá trabalhamos com projetos anuais, a cada ano um novo desafio. Quem monta o
projetou sou eu! Oi? Como assim você que monta? Mas quem coloca para funcionar são eles: alunos e professores.
Estes projetos são montados a partir das escutas de um ano inteiro das crianças e profissionais. Estes projetos estão sempre ligados a um conto conhecido. Alguns exemplos: O fantástico muito de Monteiro Lobato (2015), onde escolhemos três episódios para serem trabalhados, Alice no Brasil das Maravilhas (2016), onde nossa Alice era negra, pois foi um ano que sabíamos que receberíamos muitos
alunos haitianos e este ano Meu mundo e nada mais, onde trabalhamos os valores
humanos, tendo como personagens o Pequeno Príncipe, princesas e super heróis.
Eu sou dou o ponto de partida, os caminhos a seguir e como seguir cada profissional escolhe o seu, afinal quem conhece as crianças são eles.
Eu, como gestora, devo motivar minha equipe, e isso começa sempre alguns meses antes de apresentar o projeto.
No mês de novembro lanço sempre um desafio, o que será que vamos trabalhar no próximo ano. Sempre coloco um painel na entrada do CEI (que é sempre confeccionado com a ajuda da Equipe Top, como costumo chamar: os professores volantes), nele coloco sempre alguns personagens e eles (professores) vão fazendo as apostas. No dia de apresentar o projeto, sempre faço um filminho e entrego a todos: o projeto e o caderno de planejamento, sempre dentro de uma sacolinha (também confeccionada no CEI), que faça menção ao projeto. Já com SUGESTÕES sobre algumas datas comemorativas e o dia das crianças já prontinho (se posso ajudar, para que complicar?), afinal este também é meu papel.
Se eu não motivo minha equipe, como posso esperar um bom resultado? Se o professor
não motiva seu aluno, nunca conseguirá um bom resultado.
Lá adotamos o semanário, onde todas as quintas feiras, os profissionais entregam a mim com as atividades que serão trabalhadas na semana seguinte, com objetivos e metodologias. Através deste caderno também trocamos muitas ideias. Eu nunca (isso sou eu) digo que acho que aquela atividade não dará certo, mesmo que seu saiba que talvez não dê, sempre dou SUGESTÕES e não imposições.
Neste semanário também colocam os materiais que irão utilizar e eu providencio e entrego nas
salas (quando digo eu, digo equipe).
Eu, Soraia, odeio mesmices e amo quando aparece alguma atividade em que a mesmice
nem deu as “caras”.
Procuro, compartilho, estudo sobre atividades que possam ser aproveitadas.
Também colocamos como “combinados”, que comportamentos não devem ser falado em porta
de sala para os pais, outros podem ouvir e interpretarem como bem entenderem (a mente humana é muito perversa as vezes), então dotamos o módulo cooperação: elas falam comigo e eu, com diplomacia, abordo os pais e converso com eles. Tem dado muito certo.
Se quero um trabalho de excelência, tenho que dar recursos e apoio a minha equipe
certo?
A relação coordenação e direção é de extrema importância e graças a Deus a nossa
parceria é incrível.
Temos muitas burocracias para cumprir, porém, elas não nos impedem de fazer o
trabalho prático.
Costumo dizer que a educação infantil é a primeira semente, de boa qualidade, que é
plantada na criança. Depois disso, é cuidar, regar e acrescentar adubo para que isso possa render flores e frutos incríveis.
As vezes desanimo, fico brava, penso em desistir, afinal não sou a mulher  maravilha. Mas, depois eu paro e penso: eu escolhi isso para minha vida e não me arrependo nem por um segundo.
Outro dia me pediram, em um outro grupo, para resumir o que eu faço, aí vai: atendo
pais, e sou feliz, atendendo os professores, e sou feliz, compartilho ideias, e sou feliz, estudo, e sou feliz, faço a parte burocrática, e sou feliz, e sou feliz e sou feliz…
Aprendam a não julgar, a ouvir, a discernir, a compartilhar, a acrescentar, a somar e
fazer a diferença.
Beijos a todos