Modelo de Plano de Ação para a Implantação do Conselho Escolar

Escola Municipal XXXXXXXXXXXXXXXX
Estagiária: Girlaine Carvalho Miranda Barbosa

Carga horária: 16 horas
Responsáveis
pela aplicação do Projeto:
Equipe
Diretiva e Corpo Docente
Temática – Implantação de Conselho Escolar
Introdução:

Um
dos grandes desafios da escola na atual conjuntura é efetivar o processo de
gestão pública democrática de ensino prevista na Constituição Federal  de 1988, Artigo 206. Inciso VI.
Em
consonância com a Constituição está a LDB 9394/96 em seu Artigo IV, Inciso II quando
assegura a participação das comunidades
escolar e local em conselhos e equivalentes na gestão democrática
o que
deixa clara a necessidade de sua participação direta na elaboração dos
documentos escolares, sobretudo o Projeto Político Pedagógico.
Urge
frente a este quadro a criação de mecanismos que possibilitem a participação
ativa da comunidade no processo educativo e é no sentido de auxiliar neste
cumprimento de lei que será proposto através deste Plano de Ação à implantação  do Conselho Escolar na Escola xxxxxxxxxxxx.
Sendo
o CE (Conselho Escolar, doravante abreviado como CE), um órgão de natureza deliberativa,
consultiva, fiscal e mobilizadora, terá como um dos objetivos principais ser “a voz e o voto dos diferentes atores da escola,
internos e externos, desde os diferentes pontos de vista, deliberando sobre a
construção e a gestão de seu projeto político-pedagógico”,
possibilitando
o estreitamento de relações entre escola e comunidade  aumentando assim a possibilidade de êxito no
processo de ensino e aprendizagem dos alunos e na consolidação do processo de
gestão democrática da instituição.
De
outro modo também estará cumprindo seu papel social auxiliando na formação de cidadãos
 que nos dizeres de Freire estejam
dispostos a “ aprender, não apenas para se adaptarem, mas, sobretudo para transformar a
realidade
” em que estão inseridos. ( FREIRE; PAULO, 1996, p.41, grifo
nosso). Indivíduos autônomos e conscientes de seu papel na sociedade do
conhecimento.
Justificativa:

Durante
o período de estágio na  Escola xxxxxxxxxxx , leitura e análise  de  Regimento Escolar do Município e Projeto
Político Pedagógico  da Instituição
observou-se que a ausência de uma estância colegiada acaba por acarretar uma
falta de mobilização e participação ativa da comunidade no âmbito escolar, o
que, além de não contribuir para efetivação de uma  gestão democrática prevista na LDB 9.394/96,
Artigo14, Inciso II e  na Constituição
Federal Artigo 206, Inciso VI   prejudica as relações interpessoais entre
escola, aluno e comunidade. Neste sentido compreende-se que a criação de um Conselho Escolar propiciaria  uma melhoria 
da qualidade de ensino da instituição influenciando diretamente na
aprendizagem dos alunos uma vez que uma de suas funções é “participar da
elaboração, implementação e avaliação do projeto político-pegagógico da
escola.”  Que vem sendo reestruturado
desde 2009, contudo sem uma participação mais ativa da comunidade no sentido de
fazer indicativos e  ressalvas  que possam auxiliar o gestor e o corpo
docente.
  Acredita-se que a proposta auxiliará não
apenas para o cumprimento da lei, mas funcionará como mecanismo facilitador do
trabalho escolar uma vez que aproximará a comunidade da escola sensibilizando-a
para que possa  compreender seu papel,
enquanto agente participativo no processo escolar.
Considera-se de  fundamental importância que a comunidade possa
perceber como a escola funciona, como o gestor atua e como o corpo docente
procura promover suas ações para a melhoria da qualidade de ensino na Escola
XXXXXXXX procurando enxergar também quais 
suas dificuldades, angústias e anseios tomando conhecimento de seu
trabalho árduo e continuado, o que não é possível se não houver um
estreitamento de relações dentro de uma gestão cada vez mais transparente, democrática
e, por isso mesmo, mais participativa.
Para PORTELA(2004):
“Gestão
democrática é, pois, a coordenação dos esforços individuais e coletivos em
torno de objetivos comuns, definidos por uma política de ação e inspirados por
uma filosofia orientadora e por todos partilhada.”
.A criação do Conselho Escolar, portanto não é apenas
uma medida de emergência a ser tomada, mas uma necessidade real para o
cumprimento da lei. Medida esta que poderá possibilitar mudanças positivas no
processo de gestão escolar bem como nas tomadas de decisões coletivas nos
aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos da instituição.
Deste
modo, faz se necessário à criação de um Plano de Ação visando a implantação do
Conselho Escolar para que haja maior participação e colaboração da comunidade
no sentido de responsabilizar-se também pelo processo educativo.
.
Objetivo geral:
Efetivar a implantação do Conselho Escolar
objetivando a melhoria da escola  como um
todo dentro de uma gestão participativa, colaborativa, e transparente; garantindo
o cumprimento da função social e da especificidade do trabalho
pedagógico da escola, de modo que a organização das atividades educativas
escolares estejam pautadas nos princípios da gestão democrática.
Objetivos específicos:
  • Implantar o conselho
    escolar na Escola XXXXXXXXX;
  • Fortalecer a
    relação-escola comunidade;
  • Realizar
    a gestão escolar numa perspectiva democrática, contemplando o coletivo;
  • Promover reuniões para sensibilização
    da comunidade sobre quais as funções e qual a necessidade da criação do
    CE;
  • Criar comissão para
    coordenação do processo de implementação do CE;
  • Convocar Assembléia
    geral para escolha de candidatos;
  • Realizar eleições para
    escolha de conselheiros escolares;
  • Empossar os membros
    eleitos democraticamente ;
  • Avaliar o processo de
    implementação do CE.
9. Fundamentação teórica:
A
história da educação brasileira é marcada por rupturas. Com a formação de bases
democráticas de gestão dentro do ensino fundamental não foi diferente uma vez
que o advento da Ditadura Militar causou um grande estrago a essas bases,
estrago este  que levou a mais de 20 anos
de práticas autoritárias que, ainda hoje se propagam pelo meio educacional.
O
golpe de 1964 trouxe consigo a interrupção do desenvolvimento de muitas
promessas de democratização social e política em gestação, inclusive da
educação escolar e popular no Brasil. O regime militar, por sua forma política
de se instalar e de ser, acabou por instaurar, dentro do campo educacional,
comandos autoritários de mandamentos legais, os quais, por sua vez, se baseavam
mais no direito da forca do que na forca do direito. O temor, a obediência e o
dever suplantaram o respeito, o dialogo e o direito (Cury, 2005, p. 15).
Durante
muito tempo a escola viveu dentro de um regime de autocracia, onde a voz de
apenas uma pessoa era lei, onde havia um único detentor de saberes , um único
agente efetivamente participativo que delibera, consulta e fiscaliza a si
mesmo, excluindo a participação popular no processo de gestão da escola.
Em
1980, porém  com o enfraquecimento do
regime militar, quando as vozes em prol da redemocratização social , política e
educacional que ecoavam fortemente
começam a ser ouvidas é que nascem as bases legais para a legitimação de uma
gestão democrática embasada pelos princípios de participação e autonomia
. O Fórum
Nacional em Defesa da Educação Pública nos debates da Constituinte tiveram um
papel fundamental  neste processo
quando  garantiu a inclusão na
Constituição de 1988 do princípio  da gestão
democrática do ensino público, na forma da lei
(art. 206, VI).
A
LDB 9.394/96 definiu as normas de gestão democrática do ensino público em seu
Artigo 14
na
educação básica com dois condicionantes
a participação das comunidades escolar e local em
Conselhos Escolares ou equivalentes e a participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.
Os Conselhos
Escolares são, portanto uma estratégia de participação popular dentro do
processo de redemocratização da escola e estão amparados pela  Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional  seguindo os moldes de gestão
democrática do ensino público expostos na Constituição Federal de 1988.
Em
atendimento a esses pressupostos faz-se necessária uma reflexão a cerca da
gestão democrática dentro das escolas públicas uma vez que ela deve ser ativa e
perpassar todos os documentos norteadores
da prática escolar.
Esta participação precisa ser ativa, colaborativa e não
meramente passiva e destituída de voz nas
decisões escolares
. Ela precisa ser um exercício de poder, pela participação, das
comunidades escolar e local (LDB, art. 14).
Tendo
em vista que.
…o Conselho Escolar se constitui na própria
expressão da escola, como seu instrumento de tomada de decisão. O
Conselho Escolar, similarmente ao Conselho Universitário, representa a própria
escola, sendo a expressão e o veículo do poder da cidadania, da comunidade a
quem a escola efetivamente pertence. ( BRASIL, 1994)
Compreende-se
então sua existência como uma das formas de 
mostrar ao dirigente o que a comunidade espera da escola e dentro de sua
competência empreender ações para alcançar as metas estabelecidas neste intercâmbio.
Os conselhos- é bom insistir – não falam pelos
dirigentes (governo), mas aos dirigentes em nome da sociedade. Por isso, para
poder falar ao governo (da escola) em nome da comunidade (escolar e local),
desde os diferentes pontos de vista, a composição dos conselhos precisa
representar a diversidade, a pluralidade das vozes de sua comunidade. ( BRASIL,
1994)
A
formação de um conselho escolar requer a representatividade dos diversos
agentes envolvidos no processo educacional. Sua composição deve ser  variada, contudo dependerá  do regimento de cada rede de ensino e/ou
unidade escolar como ela se dará ou da legislação do município.
Em maioria dos casos o Conselho Escolar  é composto por: pais, alunos, professores,
direção e demais funcionários.
A escolha de seus membros deve acontecer dentro de
um processo democrático em que a comunidade escolar, composta pelos segmentos
acima citados, participará das eleições de forma direta e transparente. Esta
medida contribuirá para o fortalecimento das bases de implantação  de um sistema colaborativo e participativo
eficiente em que à escola poderá dispor de um colegiado com voz ativa, consolidando
assim  o processo de gestão democrática
dentro da instituição de ensino.
.
Metodologia:

Ações:
·        
Realizar reunião para sensibilização e discussão a cerca do
CE apresentando suas atribuições ,seus objetivos e formas de atuação. Nesta
reunião, também será feita a escolha de membros para compor a coordenação do
processo de implantação do CE e alunos e professores que participarão da
confecção de cartazes e panfletos para divulgação na comunidade, bem como
definir ações para promover  propagandas
em rádios,  carros de som e mídia social
  • Convocar Assembléia Geral  para escolha da Comissão Eleitoral com um
    ou dois representantes de cada segmento que compõem a comunidade escolar
    de acordo com o Estatuto do CE, sendo que os membros escolhidos para esta
    comissão não poderão candidatar-se ao Conselho Escolar.
  • Escolha dos candidatos por segmento,
    registro e homologação das candidaturas e organização para campanha
    eleitoral.
·        
Definir o dia da posse
  
·        
Realização do processo eleitoral (eleição dos membros através
do voto para escolha dos membros do CE). Participarão deste processo,
funcionários, pais ou  responsáveis de
alunos e alunos maiores de 16 anos.
·        
Publicação dos resultados
·        
Posse dos membros do Conselho Escolar
Recursos:

Datashow, panfletos, carro de som, espaço para reunião,
papel, caneta,urnas, cédulas de votação
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
(estratégias da proposta):
Ações
Envolvidos
Período
·        
Realizar reunião para sensibilização e discussão a cerca do
CE apresentando suas atribuições ,seus objetivos e formas de atuação
·        
Divulgação através de carro de carro de som e/ou cartazes e panfletos sobre o CE.
·        
Escolha de membros para compor a coordenação do processo de
implantação do CE.
Equipe diretiva
Pais
Alunos
Professores
Funcionários
Maio 2013
·        
Assembléia Geral para escolha dos candidatos por segmento,
registro e homologação
das candidaturas
·        
Escolha dos membros para composição da comissão eleitoral.
·        
Organização para campanha eleitoral
Equipe diretiva
Coordenação org.
Comunidade escolar
Junho 2013
·        
Realização do processo eleitoral
(eleição dos membros através do voto para escolha dos membros do CE).
·        
Publicação dos resultados
Comissão eleitoral
Coordenação org.
Comunidade escolar
Julho 2013
·        
Posse dos membros do Conselho Escolar
Comunidade escolar
Julho 2013
AVALIAÇÃO:
A avaliação do processo de implantação
do CE será realizada pela equipe
diretiva, coordenação e comunidade escolar mediante elaboração de relatório
final conjunto com a exposição dos resultados.
A equipe diretiva ficará responsável pela
confecção de questionário   Avaliativo que funcionará como Instrumento
de Coleta de Dados e será distribuída aos Integrantes do colegiado para
preenchimento de acordo com suas avaliações.
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Conselhos
Escolares
: Uma estratégia de gestão democrática da educação pública,
Brasília, DF, Nov.1994, Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_gen.pdf.
Acesso em: 02 mai. 2013.
BRASIL,
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional,
Brasília,
DF, 20 de dez. 1996, Disponível em: <
http://cei.edunet.sp.gov.br/subpages/pedagogicos/arquivos/legisla.htm>.Acesso em:
30
Abril.2013
CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão democrática da
educação pública
. Gestão Democrática da Educação. Boletim 19.
Ministério da Educação, Brasília, 2005;
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes
necessários à prática educativa
. 21. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996;
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. 4. Ed. São
Paulo: Cortez, 1995.
Secretaria
da Educação da Bahia. O Colegiado
escolar: fortalecendo a gestão democrática
. Caderno de Orientações. 
Bahia, 2008.
Disponível em: < http://www.educacao.ba.gov.br/system/files/private/midiateca/documentos/2013/colegiadoescolarcaderno-deorientacoes.pdf
>.Acesso em: 01 Maio. 2013.