Há alguns anos atrás, quando ainda estudava no curso de magistério fui a padaria comprar pão e um senhor dizia desolado …
– Antigamente pra ser professor a pessoa tinha que ser exemplo, ser pessoa de respeito, ter moral. Hoje qualquer um é professor!
Parei, fitei os olhos dele e sai pra refletir sobre isso, refleti ao longo desses 11 anos e hoje me dignei a escrever um bocadinho sobre essa frase que nunca saiu de minha cabeça e tudo que estamos vivenciando a nível de valores, diretos e deveres do professor, e a melhor conduta nessa dita democratização da educação.Coisas que quase nunca dou opinião, pois maioria das pessoas não sabe separar o que seja competência do professor e o que é competência da pessoa do professor, quanto mais ter uma visão crítica a respeito de assuntos pertinentes a prática educativa. Vão por assim dizer sendo massa de manobra levados pelo vento.
Usarei aqui dois pequenos exemplos:
Uma professora aqui da Bahia dançava em cima de um palco na boquinha da garrafa ( muito natural se não fizessem um vínculo na televisão entre a pessoa e a profissional) e foi demitida. Uma vez que estava em seu ambiente de lazer a demissão não era justa, embora o vídeo tenha ido parar no youtube não com o nome simples da mulher, mas da professora.
Já outra professora mineira se disse injustiçada e discriminada por que a diretora dignou-se a pedir que se vestisse de acordo com o ambiente escolar, menos decotes e roupas justas e alguns de meus colegas acreditam que ela pode vestir o que quiser pra ir pra escola enquanto o aluno é obrigado a vestir uniforme. Santa hipocrisia demagoga!
Professora, usando o nome professora pra fazer promoção da calcinha dela na internet?
Não pensei que viveria pra ler isso …
Gostaria que uma enferemeira se dignasse a usar o nome enfermeira antes de seu nome artístico e fizesse tal coisa pra ver se rapidinho não estaria resolvido.
Foi demitida? Foi …
Ou se aprende a seguir o regulamento interno e as normas da escola ou não é discriminação é demissão por justa causa em qualquer lugar.
O que o professor faz não importa uma vez que fora de sala é a pessoa dele e não a pessoa do professor, mas quando o professor começa a misturar sua vida pessoal com sua vida escolar e se diz discriminado no mínimo ele não leu metade das obras que deveria ter lido em seu curso de capacitação pra compreender que suas atitudes em sala de aula devem ser bem diferente de suas atitudes lá fora e que ainda assim está sujeito a incoscientemente trazer suas “manias” de fora e influenciar seus alunos.
Minha filha ano passado chegou reclamando de uma de suas professoras que ia pra escola com um vestido mínusculo agarrado no corpo e seios praticamente a mostra e reclamava na hora de passar nos corredores pq tinham alunos sentados no chão que certamente queriam ver sua calcinha … Até minha filha na época com 12 anos percebia que ela não estava ali pra ensinar e sim pra mostrar o corpo e receber elogios… Péssima professora … O que acrescentou a vida de minha filha? Uma repulsa por professoras que nunca souberam o que é ensinar pq não aprenderam bons valores que possam ser passados. Apenas vão pra escolar inchar seu ego e no máximo letrar … Só letrar …
Parece que agora se vai pra escola pra ser chamada de gostosa e não pra ensinar … Absurdo!
Muitos usam o discurso de que estamos vivendo em um País democrático pra fazer as coisas a seu bel prazer , o que muitos não conseguem é escutar a crítica, refletir e agir . A tal ação reflexão na prática do educador está se perdendo … Estamos pensando que passando o conteúdo, letrando está tudo bem e nos escondemos atrás dos discursos da mídia e nos apoiamos na demagogia pra sustentar nossas práticas infundadas…
Joseph Joubert diz:
As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas.
Modelo aqui não são as das passarelas, e sim aquele que pode ser e sabe que será de algum modo imitado.
Freire escreve em seu livro Pedagogia da Esperança:
“Mas como, Paulo, uma Pedagogia da esperança no bojo de uma tal sem-vergonhice como a que nos asfixia hoje, no Brasil?”
É que a “democratização” da sem vergonhice que vem tomando conta do país …
Falava de termos políticos, mas duvido muito que apoiasse o professor vestir-se de qualquer jeito enquanto o aluno precisa de uniforme … Isso é democracia disfarçada, ou seja pra nada serve uma vez que é mais preconceituosa que democrática.
Estou cheia de me deparar com colegas de profissão ( se é que assim posso chamar) de argumentação vazia . Me parece que pessoas como essas jamais leram um livro ou pararam pra refletir que o mundo é mais que cerveja peito e bunda e que o professor tem um papel primordial na vida do aluno e que , querendo ou não ele influencia as crianças e os adolescentes positiva ou negativamente…
Qualquer educador que se tenha dado ao trabalho de ler um pouquinho encontrará no âmbito educativo matéria pra discussão que não seja o deboche …
Infelizmente educadores sérios, competentes e éticos está sendo artigo de luxo no mercado.
Quem estiver desejoso de exibir as curvas ou viver na total ausência de regras deve procurar as passarelas da vida e não a Escola …
Toda escola tem um regimento interno, um regulamento … Passemos por cima de tudo com discurso mal acabado e vejamos se futuramente não estaremos auxilando na formação de delinquentes … Se é que alguns ditos educadores não estejam fazendo isso hoje mesmo …
Estamos vivendo em uma democarcia e não em uma demagogia , muito menos em uma anarquia… Por fim estou com Freire
“Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo.”
Não se prega o NÃO AO PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO atacando outros grupos … Isso é demagogia não democracia!
Vamos culpar os religiosos e aqueles que pregam o cumprimento de regras dentro da escola e defender que quer comportar-se a seu bel prazer?
A professora foi demitida e certamente está na profissão que lhe cabe, modelo, pessoa pública, pode fazer mil promoções de calcinhas, mas erotizar o termo professora pra mim, enquanto educadora é um pouco demais.
Deixemos os fetiches para os quartos de casais ou para os inferninhos na vida.