Dia do livro: Resumo histórico da literatura infantil no Brasil

 Dia do livro-  Você conhece a história da literatura infantil no Brasil?

Ainda não?

Então leia este breve resumo e assim fundamente melhor seu projeto de
literatura.

Vem comigo!!!

Resumo histórico da literatura infantil no Brasil
 
Por Gi Carvalho

A Literatura infantil, de acordo com Zilberman surgiu no século XVIII com a ascensão da ideologia burguesa. 

Foi neste período que se passou a ter uma preocupação maior com a criança, antes vista como adulto em miniatura. 

É preciso informar que até este período não havia uma delimitação entre o que era do universo adulto e do universo infantil.

       Apesar de compreendermos o que posto está por Goes que a Literatura Infantil tem sua origem na idade oral do Mito e que ela não pode ser considerada tão somente uma fase histórica concordamos com
Zilberman quando coloca
 que literatura infantil é um “gênero incompreensível sem a presença de seu destinatário, a Literatura Infantil não poderia surgir antes da infância” (Zilberman, 1985 p. 13)

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Dia do livro: Resumo histórico da literatura infantil no Brasil
Dia do livro: Resumo histórico da literatura infantil no Brasil

        Vários fatores foram determinantes para o surgimento da Literatura infantil como, a Revolução Industrial, o surgimento da imprensa e a introdução do modelo burguês de família nuclear que passava a valorizar infância buscando meios de protegê-la, entre outras coisas, das doenças, da mortalidade e da
perversidade moral adulta.

Conforme Zilberman (2003, p. 15):

A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e manipulação de suas emoções. Literatura e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir essa missão.

       Neste sentido, a escola foi então se tornando um espaço privilegiado para a divulgação dos interesses da nova classe.

        A necessidade da criação de histórias voltadas para um novo universo que posto está à frente, a saber, a “invenção” da infância tendo como seus feitores os pedagogos responsáveis trouxe alguns danos, uma vez que as obras eram produzidas apenas com fins pedagógicos o que acabou por descaracterizar a Literatura Infantil como arte colocando-a apenas como instrumento de dominação sobre as crianças. 

Vê-se neste contexto que, apesar de uma nova concepção ter nascido ela traz em seu bojo a dominação do maior sobre o menor já bem conhecido desde o sistema Feudal.

 No Brasil a Literatura Infantil surge com as traduções e adaptações de clássicos para a juventude, realizadas pelo educador Carl Jansen, contudo o rompimento com os padrões de literatura europeia
deve-se a Monteiro Lobato que através de sua obra URUPÊS inicia em 1985 o que hoje podemos chamar de Literatura Infantil puramente brasileira. 

Com seus escritos recheados de histórias que envolvem as manifestações e tradições folclóricas de nosso povo Monteiro Lobato criou O Sítio do Pica pau amarelo e seus personagens que sobrevivem ao passar dos anos e encantam também as crianças deste século.  

    Este pioneiro abriu as portas para muitos outros autores que despontam no cenário nacional e internacional com suas obras encantadoras que adentram o universo infantil e levam a criança a um mundo novo de fantasias e realizações.

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  São nomes de destaque: Ruth, Rocha, Fernanda Lopes de Almeida, Ziraldo, Mary França, etc…

       Séculos de passaram desde a “invenção” da infância e da Literatura Infantil, contudo muitas escolas ainda a utilizam como meio de moldar as crianças para o convívio social transformando assim a
escola em um aparelho ideológico do estado, reproduzindo o antigo padrão e trabalhando em função de uma classe ou de um sistema.

      Importante saber que Literatura é uma forma de arte e arte deve ser apreciada, analisada, discutida, reformulada.

       É preciso, em nosso entender transformar o ambiente escolar em um espaço de leitura crítica, de abertura de debates e discussões de temas relevantes ao espaço infantil incentivando a criança a
tirar suas próprias conclusões sobre determinados temas, transformando assim o ato de ler em algo significativo e prazeroso. É necessário que a criança volte-se para o texto com seu próprio olhar que pode sim ser diferente do olhar de seu professor e de seus colegas de turma.

É preciso ter em vista que:

[…] A literatura constitui a modalidade mais privilegiada da leitura, onde o prazer e a liberdade são virtualmente ilimitados. O leitor infantil e juvenil que queremos  formar é aquele que atribui significações ao texto e às imagens, segundo o sentido  dado pelo autor, estabelecendo diálogo com sua própria vivência. Formado nesse  processo, será um homem que pensa, avalia, critica e
escolhe. Quem sabe fazer  escolhas é um homem livre. Escola não é confinamento. É libertação. (SORRENTI, 1995)

Portanto, considera-se necessário que a infância seja vista como uma fase em que o ser humano buscará através de suas vivências e interações com o meio e com o outro seu esclarecimento, a apuração de seu senso crítico, a conquista de sua autonomia, e que a literatura infantil deve contribuir neste processo para a libertação do indivíduo e não como instrumento de “dominação” de adequação ao meio.

Elaboração Gi Carvalho Miranda

 

FERNANDES, Hercília Maria. A Literatura Infantil através dos tempos. Disponível em:<http://novidadesevelharias-fernandeshercilia.blogspot.com.br/2008/06/literatura-infantil-atravs-dos-tempos_7786.html> Acesso em: 12 Setembro.2013

 

GOES, Lúcia Pimentel. Introdução a Literatura Infantil e Juvenil. São Paulo: Pioneira, 1990 (Manuais de Estudo).

ROCHA, Janaina Menezes Silva. Literatura Infantil: O recontar histórias como exercício da linguagem oral em sala de aula. Disponível em:

http://www.uneb.br/salvador/dedc/files/2011/05/Monografia-JANAINA-MENEZES-SILVA-ROCHA.pdf  Acesso em: 10 Setembro de .2013

 

SORRENTI, Neusa. “A história – encantamento e realidade”, in Caderno de Informação e Arte – PALAVRA IMAGEM nº 1, Arte e Educação, da SEEMG, Projeto Biblioteca – Vídeo Escola, DIART, 1995, pp. 41-44

 

VALENTE, Luís de N. Viana. Literatura Infantil na sala de aula: Questões Teóricas e Aplicadas. Disponível em <http://profluisvalente.blogspot.com.br/2009/09/literatura-infantil-na-sala-de-aula.html> Acesso em 10 Setembro. 2013.

ZILNERMAN, R. A Literatura Infantil na Escola. Porto Alegre. 5ª ed. Global, 1985.