Como contar histórias-Texto para Reunião de Professores

Para refletir:
Como contar histórias-Texto para Reunião de Professores
“Contar histórias é
encantar, é criar um mundo
novo, todinho de
coisas boas…
Ouvir histórias,
então, é encantar-se, é vislumbrar
esse
mundo que só existe na imaginação”…
Como contar histórias
O
contador de histórias consegue a atenção de todos, da mesma forma que um mágico
ou um ator. A tarefa do contador de histórias é encantar o público, e, para que
isso ocorra, ele próprio deverá primeiramente se encantar com as histórias. Quando
estamos direcionando a contação para a nossa classe, devemos escolher as
histórias adequadas e colocar presença, olhar para a classe, mesmo se
estivermos lendo a história. Precisamos saber o que estamos lendo e nos
sensibilizar. Através da nossa contação, o aluno forma uma imagem na cabeça
dele… é como se os alunos formassem seus próprios filmes. Para o contador, o
ritmo é fundamental. Há partes que devem ser contadas pausadamente, mas há
situações em que devemos contar
com
rapidez. O professor – contador deve ter uma boa dicção para promover o
entendimento do grupo. Variações de tom de voz também são importantes: voz mais
baixa, quase um sussurro, num momento de suspense, voz alta e forte, num
momento de clímax…  As histórias devem
ser treinadas pelos contadores. Caso resolva contar sem ler, ela deverá ser
memorizada por nós. Para tanto deveremos contar as histórias pelo menos três
vezes em voz alta a fim de nos apropriarmos do conteúdo, antes da apresentação,
propriamente dita. Muitos contadores não modificam as histórias. Mas isso é
possível, quando percebemos que não está adequado para o nosso público.
Fica
a critério do contador adaptar ou não, realizando alguma alteração no texto.
Escutamos
muito as pessoas dizerem: ele já nasceu médico; ele tem o talento de
engenheiro; ele é ótimo na matemática; olha, ele é um ator nato! Porém, sabemos
que ninguém nasce pronto. Assim como o bolo, necessitamos de bons ingredientes
para aperfeiçoarmos os nossos talentos. O contador de histórias precisa ter vontade
de buscar seu repertório em livrarias, bibliotecas e em seus próprios livros.
Ele também deve ler a história e sentir se gostou. Nós contamos com mais
entusiasmo o que nos agrada. Precisamos mais uma vez enfatizar o nosso propósito.
Naquele momento, nós somos contadores de histórias. Portanto devemos convidar o
nosso público a compartilhar desse tempo fora do tempo real. Tendo clara a
nossa intenção, poderemos começar a nossa história com uma canção, com o tocar
de um sino, com o apagar das luzes…
Não
é necessário impor silêncio. O CONTADOR NÃO PRECISA ASSEGURAR-SE DE UMA ATENÇÃO
FORÇADA. Trata-se de um CONVITE que aos poucos atrai a audiência do público. Muitas
vezes o contador deve parar com a história por causa da
interferência
de uma criança. Esse fato é real e precisamos saber como lidar esse tipo de
situação. Estar presente é saber incluir o acaso, alguém que entra sem ser esperado,
uma criança que faz uma pergunta, outra que começa a falar do pai ou do lanche.
Precisamos estar preparados. Estar presente no instante da narração é dialogar com
o que surgir, sem ter sido previsto, revertendo os acontecimentos
a
favor da história.
Para
Refletir

“A
leitura abre espaços de interrogação, de meditação, de exame crítico, isto é,
de liberdade”

(Ítalo
Calvino)

“Contar
histórias é revelar segredos, é seduzir o ouvinte e convidá-lo a se apaixonar…
pelo livro… pela história… pela leitura. E tem gente que ainda duvida
disso.”

(Grupo
Morandubetá Contadores de Histórias)

Os
segredos de um contador de histórias
– Veja agora, algumas dicas importantes:
a) Curta a história – o bom contador
acredita na sua história, se envolve e vibra com ela. Se o professor não
estiver interessado, dificilmente conseguirá interessar as crianças.
b) Evite adaptações* – o melhor é ler
o que está escrito no livro. Não privar os alunos do contato com o texto
literário. Os velhos contos de fadas são histórias cheias de fantasias e de
poesia. Lidam com sentimentos fundamentais do ser humano: o medo, a angústia, o
ódio, o amor. Permitem à criança exercitar através da imaginação, soluções para
problemas concretos da vida, que interessam ao adulto.
*
Professor, a questão da adaptação deve ficar a seu critério, pois cada contador
tem
uma
opinião sobre isso.
c) Não explique demais – a adaptação
de histórias é uma descaracterização da história na vida da criança. Muitas
vezes, a história exerce a função de desenvolver ou até prolongar o mistério. Ao
fazer a tradução ou adaptação, o professor deixa tudo muito bem esclarecido,
não restando qualquer mistério. Ao ser encerrada, a história realmente se
encerra, deixando de existir para a criança.
d) Uma história é um ponto de encontro
– ao entrar numa roda de história, a criança participa de uma experiência comum
que facilita o conhecimento e as ligações com as outras crianças.
e) Uma história também é um ponto de
partida
– a partir de uma história é possível desenvolver outras
atividades: desenho, massa, cerâmica, teatro, outras histórias ou o que a
imaginação sugerir.
f) Moral da história – nenhuma, ou
melhor, várias. Essa história sobre os segredos das histórias e os contadores
de histórias é só o começo, o resto quem conta somos nós, com a experiência,
imaginação e bom senso. Os ouvintes também podem ter entendimentos diferentes.
g) Comentar a história – fazer perguntas
diretas para a criança, verificando se ela figurou bem cada um dos caracteres,
se os moldou de acordo consigo mesma, se o caráter que nos apresenta é o que pretendíamos
transmitir.
h) Dar modalidades e possibilidades da voz
– sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo
importante, falar tão baixo de modo quase inaudível, nos momentos de dúvidas, e
usar humoradamente as onomatopeias (imitações de sons), os ruídos, os espantos,
levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo. Ë fundamental dar longas
pausas quando se introduz o “Então…”, para que haja tempo de cada um imaginar
as muitas coisas que estão para
acontecer em seguida.

Mensagem
Cada
letra uma aventura
(Marlene
Godinho)
Cada
letra é uma chave, a rodar na fechadura
Abrindo
a porta encantada, do castelo da leitura […]
As
histórias nos encantam, e trazem lembranças queridas.
Por
isso, todas no livro, nunca serão esquecidas.
 


Fonte: Curso “Como contar história” –
Innovare

Tenha
uma excelente semana!

CONTRIBUIÇÃO DA PROFESSORA FERNANDA MELO GEREZ PARA O ESPAÇO DO EDUCADOR IDEIA CRIATIVA


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