Como se sente um caipira no centro das compras?
Confuso? Admirado? Inibido?
O Chico Bento tirou de letra sua primeira ida ao Shopping e quase nos mata de rir nesse vídeo que as crianças adoram!
Beijinho da Gi
O que é ser “Caipira”.
Caipira é um termo de origem tupi que designa, desde os tempos coloniais brasileiros, os moradores da roça. A designação alcançou, sobretudo, populações da antiga capitania de São Vicente (posteriormente capitania de São Paulo) que hoje são os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia. O termo “caipira”, no entanto, costuma ser utilizado com mais frequência para se referir à população do interior dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Corresponde, em Minas Gerais, ao capiau (palavra que também significa “cortador de mato”) e, na região Nordeste, matuto.
Existem várias explicações etimológicas para a origem do termo “caipira”, sempre a partir da língua tupi:
ka’apir ou kaa – pira, que significa “cortador de mato”;
ka’a pora, “habitante do mato”, a partir da junção de caa (mato) e pora (gente);
kai’pira;
kopira, que significa “roçado” ou “roçador”.
“Capiau” é um termo de origem guarani.
“Matuto” procede de “mato”.
“Babaquara” procede da junção dos termos tupis mbae’bé (nada), kwa’á (saber) e ara (agente), significando “aquele que nada sabe”.
“Guasca” procede do termo quíchua kuask’a (laço, corda).
“Araruama” procede do topônimo Araruama.
“Biriba” e “biriva” procedem do tupi mbi’ribi (pequeno, pouco).
“Botocudo” é uma referência aos índios botocudos.
“Bruaqueiro” é uma referência à “bruaca”, uma mala de couro cru usada no transporte de cargas sobre o lombo de burros.
“Caapora” procede do tupi caa’pora, “o que há no mato”.
“Caboclo” procede do tupi kari’boka, “procedente do branco”.
“Caburé” procede do tupi kabu’ré.
“Caiçara” procede do tupi kai’sara.
“Camisão” é o aumentativo de “camisa”.
“Canguçu” procede do tupi akãngu’su, “cabeça grande”.
“Capa-bode” procede da junção de “capa” e “bode”.
“Capuaba” e “capuava” são de origem tupi.
“Casaca” procede do francês casaque.
“Catrumano” procede de “quadrumano”(“que tem quatro mãos”).
“Groteiro” provém de “grota”.
“Jeca” é a forma reduzida de “Jeca Tatu”.
“Macaqueiro” procede de “macaco”.
“Mandi” procede do tupi mãdi’i .
“Mano-juca” é uma forma carinhosa para “irmão José” .
As primeiras referências ao caipira e ao dialeto caipira são relativas aos antigos aldeamentos situados ao redor da vila de São Paulo: São Miguel de Ururaí, Carapicuíba, Barueri, Nossa Senhora da Escada, Pinheiros, Itapecerica, Embu. É particularmente relevante um livro do século XVIII, do padre Manuel Bernardes, sobre a vida do Padre Belchior de Pontes, basicamente um atestado de nascimento da cultura caipira. Importantes núcleos humanos de persistência dessa cultura, em São Paulo, são o Alto Paraíba, particularmente Cunha e São Luís do Paraitinga; a Baixa Mojiana, sobretudo a Bragantina, particularmente Bragança Paulista, Pinhalzinho, Socorro, Pedra Bela, Amparo, Serra Negra, Lindoia, Águas de Lindoia; e a região de Piracicaba, Capivari, Itu, Porto Feliz, Raffard, Rio das Pedras.
No quadrilátero formado pelos municípios de Campinas, Piracicaba, Botucatu e Sorocaba, no médio rio Tietê, o caipira sofreu muitas transformações, influenciado que foi pela maciça imigração italiana para as fazendas de café do interior de São Paulo. Mas o caipira, por sua vez, aculturou o imigrante, tanto nessa região quanto na região de Santo Amaro, na capital, onde os alemães imigrados logo depois da Independência acabaram conhecidos como “os caipiras alemães de Santo Amaro.
Na região norte paulista (de Campinas a Igarapava) povoada no início do século XIX, a presença de vários imigrantes europeus foi grande, dando outra característica à região. Já o Oeste de São Paulo, de colonização recente (início do século XX), já surgiu com a presença italiana, japonesa, alemã dentre outros povos, também formando uma cultura bem diferente das regiões mais antigas de São Paulo.