A riqueza do trabalho com brinquedos não estruturados em creches e pré-escolas

A riqueza do trabalho com brinquedos não estruturados em creches e pré-escolas

O brincar na educação infantil- Brinquedos não estruturados 

Recursos simples podem render excelentes experiências nos centros de educação infantil bem como em nossos lares com bebês e crianças muito pequenas .

O uso de materiais do dia a dia se configura atualmente como uma excelente maneira de conseguir recursos baratos -ou de custo zero-  que podem apoiar nosso fazer pedagógico.

Para Spodek & Saracho (1998):

“Muitos materiais pedagógicos úteis não têm que ser comprados. 

O professor pode coletar materiais que seriam postos fora ou 
até mesmo envolver as crianças e os pais nesse processo. 
Grãos de feijão e cascalho podem ser usados para contar tão
 bem como qualquer outro material de matemática que 
sido cuidadosamente planejado”

Uma caixa de papelão que a criança possa entrar , gizão de cera comestível , ou pincel e tinta , por exemplo, abrem possibilidades de brincadeira e exploração de imaginação incríveis.

A riqueza do trabalho com brinquedos não estruturados em creches e pré-escolas
É preciso levar em consideração também que: 
“O ambiente deve proporcionar às crianças 
conforto e bem-estar e, ao mesmo tempo, 
deverá oferecer-lhes amplas oportunidades de 
aprendizagem ativa ”  Post e Hoffman

Portanto, organizar o espaço para que a criança o explore e deixar à sua disponibilidade materiais não estruturados que auxiliem nesta exploração é uma ótima forma de iniciar um bom dia no centro de educação infantil.

Vejamos agora dicas de Buckingham (2011) sobre como tornar o trabalho com materiais não estruturados ainda melhor.

  •  Divirta-se procurando os materiais e arranjando pessoas para ajudar; 
  •  Improvise com os materiais, observe como as crianças os utilizam e depois adapte as suas ideias; 
  •  Apresentes os recursos de forma organizada e torne-os atrativos para que as crianças os explorem. Simplifique; 
  •  Não se esqueça de dar às crianças tempo e liberdade para explorarem, descobrirem, manipularem e exercitarem-se para perceber como os objetos reais funcionam; 
  •  Tenha em conta certos aspetos como espaço, localização, organização, armazenamento e manutenção do equipamento; 
  •  E utilize os nomes corretos de todos os objetos.
Professores que ainda não trabalham de modo a privilegiar as descobertas dos pequenos e ainda adotam uma postura mais “tradicionalista” criando um espaço de escolarização costumam fazer a seguinte pergunta:

Mas qual o papel do professor frente aos bebês e crianças pequenas, afinal?
Em outras palavras… Mas, se a gente não vai dar aula o que vamos fazer?

Nós tentaremos responder…

Tendo em vista que “Um ambiente bem pensado promove o progresso das crianças em termos de desenvolvimento físico, comunicação, competências cognitivas e interações sociais” e sendo este desenvolvimento integral um dos principais objetivos da educação infantil enquanto primeira etapa da educação básica,   o professor ou professora de bebês precisa agir como organizador de espaço rico e ser um cooperador dos pequeninos.

É preciso igualmente observar como as crianças interagem no espaço preparado, intervir apenas quando necessário proporcionando uma experiencia rica e prazerosa para os bebês.

Vamos ver algumas possibilidades de trabalho com materiais não estruturados?

  • Você pode criar piscinas de folhas secas, massas, gelatina, etc. 

Caso a criança não fique feliz de início com a experiência retire-a imediatamente e só torne a colocá-la quando sentir que a experiência será boa.

  • Um baú de conchas , pinhas e outros objetos naturais no centro da sala pode ser bem interessante.

Você pode colocar junto sachês de cheiro que as crianças amam.

  • Os móbile são sempre amados e um com fitas coloridas de tecido pode deixar os pequeninos encantados.
Outros objetos tais como: Prendedores de roupas, tampas de garrafa, pedras de cores e tamanhos variados podem oferecer momentos de descobertas maravilhosos .
Enfim, crie possibilidades, auxilie os bebês e crianças pequenas em suas descobertas e tenha em mente que  “não se trata de ensinar nada, em sentido
convencional, mas criar ambientes ricos e estimulantes que permitam, e potenciem, o
desenvolvimento global de todas as crianças” 
 Zabalza (1992)

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Post, J., & Hohmann, M. (2011). Educação de Bebés em Infantários. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian.
Spodek, B., & Saracho, O. (1998). Ensinando Crianças de Três a Oito Anos. Porto
Alegre: ArTmed.
Zabalza, M. (1992). Didática da Educação Infantil. Rio Tinto: Edições ASA.