A importância da família na Educação Infantil.

A importância da família na Educação Infantil.

A
partir das interações que estabelece com pessoas próximas, a criança constrói o
conhecimento. A família, primeiro espaço de convivência do ser humano, é um
ponto de referência fundamental para a criança pequena, onde se aprendem e se
incorporam valores éticos, onde são vivenciadas experiências carregadas de
significados afetivos, representações, juízos e expectativas (que são atendidas
ou frustradas).


    A educação inicial da criança se dá na família, mas
também na comunidade e, com o advento do trabalho feminino, cada vez mais cedo,
nas escolas. Por isso, as instituições de Educação Infantil tornam-se mais
necessárias, tendo caráter complementar à educação recebida na família. Esse
princípio, afirmado tanto na Constituição Federal quanto na LDB, consta do mais
importante documento internacional de educação do século XX, a Declaração
Mundial de Educação para Todos (Jomtien/Tailândia, 1990).
    Nesse contexto, é muito importante que haja uma boa
interação entre a creche ou pré-escola e a família. Não só porque assim os pais
podem compreender o trabalho que está sendo feito – como as crianças se
relacionam entre si e com os adultos, quais materiais pedagógicos e espaços
estão disponíveis, qual a qualidade da merenda, quais princípios e diretrizes
orientam a ação da instituição, qual seu projeto pedagógico –, mas também
porque permite que a escola conheça e aprenda com os pais. Um momento precioso
é o período de adaptação da criança, fase fundamental para a troca de
conhecimentos entre pais e escola e para a constituição de laços de confiança
entre as partes.
    “A articulação com a família visa, mais do que qualquer
outra coisa, ao mútuo conhecimento de processos de educação, valores,
expectativas, de tal maneira que a educação familiar e a escolar se
complementem e se enriqueçam, produzindo aprendizagens coerentes, mais amplas e
profundas” (PNE, 2001). O resultado dessa troca produz efeitos sobre a
auto-estima da criança e no seu desenvolvimento. 
    É crucial que a instituição de Educação Infantil
respeite e valorize a cultura das diferentes famílias envolvidas no processo
educativo. Além disso, deve estimular a participação ativa dos pais, padrastos
e outras figuras masculinas da família no cuidado e na educação, como base de
uma educação não-discriminatória, que contribua para superar a visão de que tal
responsabilidade é exclusiva das mulheres (ver “Educação Não-Discriminatória”).
    Para que haja maior interação entre família e escola, a
instituição deve estar preparada para lidar com as diferentes e plurais
estruturas familiares, que vão muito além do modelo tradicional de
marido–mulher–filhos. É cada vez mais comum a família monoparental, isto é,
aquela em que apenas um dos pais é referência. No Brasil, quase um terço das
famílias é chefiado por mulheres. Há também famílias reconstituídas, na qual
mulheres e homens vivenciam novos casamentos e reúnem filhos de outras
relações, famílias que articulam em uma mesma casa vários núcleos familiares,
famílias formadas por casais homossexuais, entre outras.
    Outros fatores que devem ser levados em conta são as
diferenças sociais. Em um País marcado por profundas desigualdades, como é o
caso do Brasil, uma série de condições sociais e familiares colocam milhões de
crianças em situação de risco. Como as pesquisas evidenciam que apenas o
atendimento de qualidade produz resultados positivos sobre o desenvolvimento e
a aprendizagem da criança, é fundamental que essas crianças tenham acesso a
experiências educativas de qualidade nas creches e pré-escolas. 
    Só assim a Educação Infantil poderá se constituir como
importante fator de democratização da nossa sociedade. Se atuarem juntas,
compartilhando anseios, conquistas e dificuldades, família e escola cumprirão
com grande sucesso a tarefa de formar seres humanos confiantes, tolerantes,
solidários e respeitosos dos direitos e da dignidade de todos.

Professora:
Cláudia Augusta Goulart



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