Desde as séries iniciais, o trabalho de produção de texto precisa fazer parte da rotina Articuladas com os momentos que priorizam o ensino da leitura, as situações didáticas de produção de texto devem fazer parte da rotina escolar desde as séries iniciais, mesmo que os alunos ainda não escrevam convencionalmente. O domínio do sistema alfabético não é pré-requisito para o trabalho com a linguagem escrita.
No planejamento, além de partir das dificuldades e dos conhecimentos explicitados pelos alunos no diagnóstico inicial, é preciso eleger quais comportamentos escritores e quais gêneros serão priorizados em cada momento, oferecendo aos alunos oportunidades de experimentar a escrita em variadas situações comunicativas.
O critério de diversidade, no entanto, não deve ser confundido com a obrigatoriedade de trabalhar sempre com gêneros inéditos. Os especialistas Scheneuwly e Dolz, no livro Gêneros Orais e Escritos na Escola, propõem uma progressão “em espiral” por meio da qual, o aluno seja desafiado a produzir textos de um mesmo gênero, mas com maior complexidade ao longo dos anos de escolaridade.
Com as turmas de 1º e 2º anos, é imprescindível que você eleja os conteúdos que serão priorizados em cada situação didática, pois, para escritores iniciantes, a coordenação de todos os recursos utilizados pelos escritores experientes é uma tarefa extremamente complexa. Propostas do tipo texto livre” são pouco eficazes porque não delimitam as condições didáticas mínimas – o que escrever, com que propósito, para quais destinatários. Já em atividades de reescrita de histórias conhecidas, por exemplo, o aluno pode se concentrar na linguagem escrita que será empregada no texto, uma vez que não tem que se preocupar com a elaboração de um enredo.
Conheça e compare duas propostas curriculares, de uma instituição privada e de uma rede pública. A primeira é da Secretaria de Educação de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. A segunda é da Escola Projeto Vida, em São Paulo. Ambas cobrem do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e podem servir de exemplo para distribuir os conteúdos ao longo do ano letivo porque representam um passo além da chamada “normatização descritiva” (a tendência de explicar só as características de cada gênero).
Fontes: